Aumento seria gradativo até 2015; líderes sindicais acham insuficiente.
Técnicos administrativos estão em greve desde 11 de junho.
Servidores de universidades federais estão em
greve desde 11 de junho (Foto: G1)
greve desde 11 de junho (Foto: G1)
O governo federal ofereceu uma proposta de reajuste salarial de 15,8%
parcelado em três vezes até 2015 para os sindicatos de servidores
técnico-administrativos das universidades federais em reunião realizada
nesta segunda-feira (6) na sede do Ministério do Planejamento, Orçamento
e Gestão (MPOG), em Brasília. Os servidores estão em greve desde 11 de
junho.
A proposta foi feita oralmente aos sindicatos. Os servidores pediram ao
governo a formalização da proposta para análise. Uma nova reunião está
prevista para ser realizada na próxima sexta-feira (10). A proposta não
agradou os líderes dos sindicatos.
A reunião contou com a participação de dois sindicatos que representam
os funcionários. Os técnicos dos institutos federais são filiados ao
Sindicado dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e
Tecnológica (Sinasefe), e a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores
das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), que fala em nome dos
servidores das universidades. O Sinasefe também representa professores
em algumas universidades, já que os docentes também são servidores
federais. Porém, na maioria das instituições as duas categorias são
separadas.
Pela proposta do governo, os servidores vão receber 5% de reajuste em
2013, mais 5% em 2014 e outros 5% em 2015, resultado um aumento
cumulativo de 15,8% sobre os atuais salários. Ainda segundo o Ministério
do Planejamento e o Ministério da Educação, que participaram da
reunião, a proposta vai afetar 182 mil servidores técnicos
administrativos das universidades federais e gerar um impacto de R$ 1,7
bilhão em três anos no orçamento da União.
Para Marco Antônio de Oliveira, secretário de ensino técnico e
tecnológico do MEC, a margem para negociação do governo é estreita. "O
que o governo está disposto a negociar é reajuste salarial. Os
sindicatos também têm a expectativa de negociar a reestruturação da
carreira, mas ddixamos claro que os limites são muito estreitos",
afirmou.
Reação dos sindicatosOs líderes dos sindicatos dos
técnicos administrativos não gostaram do que o governo ofereceu. "É uma
proposta que sequer repõe as perdas da categoria", indica Gutenberg
Almeida, coordenador-geral do Sinasefe, avaliando em 13,8% a defasagem
salarial da categoria. "Fica complicado ir para uma mesa com expectativa
gerada em 180 mil trabalhadores e receber esta proposta indecorosa. O
acordo nos impedirá de fazer qualquer tipo de reinvindicação em três
anos." Ele reclamou ainda que a pauta sobre a reestruturação da carreira
não foi considerada pelo governo.
Gibran Ramos, coordenador-geral da Fasubra, disse que a proposta deixa
os servidores sob o risco de novas perdas salarias de acordo com o que
poderá acontecer com a economia nos próximos anos. "Se o reajuste fosse
dado integralmente em 2013 seria melhor", avalia. "Conhecendo nossa
categoria quase 99% de chance de que não devemos aceitar esta proposta
do governo."
ENTENDA A GREVE DOS TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS |
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A paralisação nacional dos servidores técnico-administrativos teve início em 11 de junho. Segundo o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), o movimento atinge, parcial ou totalmente, todas as instituições federais de ensino do país. |
PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES |
- Aumento do piso salarial em 22,8% com a correção das pendêncais da carreira desde 2007 (atualmente, ele é de R$ 1.034,59) |
- Devolução do vencimento básico complementar absorvido na mudança na Lei da Carreira, de 2005 |
- Reposicionamento dos servidores aposentados |
O QUE DIZ O GOVERNO |
O Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) ofereceu 15,8% de reajuste salarial até 2015. |
Entenda a greveA greve dos servidores que
desempenham funções técnicas e administrativas faz parte do movimento
nacional de paralisação de serviodres federais, e tem reivindicações
diferentes das dos docentes (veja tabela ao lado).
De acordo com as entidades, todos os 40 institutos (incluindo os dois
centros de educação tecnológica e o Colégio Pedro II, no Rio) e todas as
59 universidades federais aderiram parcial ou totalmente à greve, que
já dura 56 dias.
As principais reivindicações dos servidores são o aumento do piso
salarial em 22,8% e a correção das pendências da carreira desde 2007. O
piso atual é de R$ 1.034. Os servidores fizeram uma greve de quase
quatro meses no ano passado, mas não houve negociação com o governo e a
paralisação foi encerrada.
No início de julho, o Ministério da Educação anunciou um prazo mais
amplo para a efetuação das matrículas dos estudantes aprovados no
Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que contou com a participação de
mais de 40 instituições federais em greve. Na ocasião, os servidores dos
setores administrativos garantiram o funcionamento mínimo dos serviços
prioritários das instituições, incluindo as matrículas para os
ingressantes no segundo semestre.
Professores
O governo federal e a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) assinaram na sexta-feira (3) o acordo sobre a proposta feita em 24 de julho a respeito do reajuste salarial e da reestruturação da carreira docente das instituições federais. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento, a assinatura põe fim ao processo de negociação com a categoria, apesar de a maioria das assembleias de professores das universidades ter rejeitado a proposta. Ainda de acordo com o ministério, a postura do governo para os próximos dias será o de monitorar a reação da base docente, e a expectativa é que, aos poucos, os professores retomem as aulas.
O governo federal e a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) assinaram na sexta-feira (3) o acordo sobre a proposta feita em 24 de julho a respeito do reajuste salarial e da reestruturação da carreira docente das instituições federais. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento, a assinatura põe fim ao processo de negociação com a categoria, apesar de a maioria das assembleias de professores das universidades ter rejeitado a proposta. Ainda de acordo com o ministério, a postura do governo para os próximos dias será o de monitorar a reação da base docente, e a expectativa é que, aos poucos, os professores retomem as aulas.
O Proifes anunciou, na noite da quarta-feira (1º), que decidiu aceitar o
acordo depois que uma consulta com 5.222 professores apontou que a
maioria (74%) deles era favorável à proposta. De acordo com o presidente
da entidade, Eduardo Rolim de Oliveira, o Proifes representa cerca de
20 mil professores em 77 campi pelo Brasil. Nesta segunda-feira, os
professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da
Universidade Federal de São Carlos (UFScar) fizeram assembleias e
votaram pelo fim da greve.
Já o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino
Superior (Andes) e ao Sindicato Nacional dos Servidores Federais da
Educação Básica Profissional e Tecnológica (Sinasefe) dizem que
representam 65 mil docentes em quase todas as 59 universidades, 40
institutos de educação tecnológica e o Colégio Pedro II, no Rio. Nestas
universidades e institutos, assembleias continuam rejeitando a proposta
do governo.
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